A meta de zerar o desmatamento no Brasil até 2030 é “um enorme desafio”, mas “é factível.”
Esta é a avaliação do climatologista e pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre, em entrevista à CNN Rádio.
“95% do desmatamento na Amazônia e 80% no Cerrado são ilegais e criminosos, o Brasil têm de atacar o crime organizado que cresceu nos últimos anos. Não é fácil, mas é factível.”
O especialista lembra que, se o País for capaz de alcançar a meta, será “um dos primeiros do mundo a atingir metas do Acordo de Paris.”
Para caminhar neste sentido, Nobre afirma que a parceria entre Estados Unidos e Brasil será importante, como a retomada do Fundo Amazônia.
O enviado especial dos EUA John Kerry se reuniu na terça-feira (28) com a ministra do Meio Ambiente Marina Silva.
Até o momento os norte-americanos se comprometeram a investir 9 bilhões de dólares no Fundo – valor considerado insuficiente.
O pesquisador do Inpe participou de parte do encontro e afirmou que Kerry lembrou que os EUA têm parceria com Egito e Indonésia para transição energética.
“É um país muito rico, deve ajudar [o Fundo Amazônia] com valor substantivo”, disse.
Os recursos, segundo ele, devem ser destinados, além do combate à criminalidade, para um “grande projeto de restauração florestal”.
“A floresta secundária crescendo, acontece de forma rápida e retira gás carbônico da atmosfera pela fotossíntese”, explicou.
*Com produção de Isabel Campos
Este conteúdo foi originalmente publicado em Meta de zerar desmatamento não é fácil, mas é factível, diz pesquisador do Inpe no site CNN Brasil.
